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quarta-feira, 27 de maio de 2009

The importance of being idle

Como muitos (senão todos) de vocês sabem, não estou trabalhando no que gostaria. Meu sonho, desde que pensei em entrar em jornalismo, sempre foi escrever, para um jornal ou revista. E isso é mais difícil do que parecia no começo, principalmente porque os meus estágios não foram nessa área. Até já fiz matérias, que foram publicadas em jornal e revista, mas nada que suprisse essa minha vontade.

Pra mim, é complicado falar disso, porque eu ando me sentindo meio perdida nesse aspecto. Estou procurando um caminho, ainda não encontrei... mas não é exatamente disso que eu vim falar aqui. Queria falar da importância de ser um desocupado, por sinal a tradução literal do título aí de cima (pra quem não sabe, é uma música do Oasis).

Estou um pouco perdida, mas não me sinto culpada por estar assim. Já tive dias em que ficava pensando "Deve ter algo errado comigo, porque não é possível que eu não consiga trabalhar com o que quero". Depois de muito pensar, cheguei a conclusão de que não é bem assim. As coisas acontecem quando tem que acontecer, não antes nem depois. E isso é o que chamamos de destino.

Não sei se vocês acreditam em destino. Eu acredito piamente. Não estou dizendo que nós não possamos mudar nada, não possamos agir de uma forma diferente, taí o tão famoso livre-arbítrio. No entanto, mesmo isso acontece de acordo com quem nós somos e como aproveitamos as oportunidades que surgem. Quantas vezes já me perguntei porque algumas coisas dão certo e outras não? E sempre, lá na frente, acabo descobrindo que havia, sim, um motivo.

Acreditar nisso me tranquiliza, mas não me faz esperar que tudo caia do céu, como mágica. Também não é isso que quero dizer. Temos sim, que correr atrás, mesmo sem apoio, mesmo que pareça uma imensa bobagem o que vamos fazer. Se é o que você quer fazer, faça, e não permita que te impeçam. Mas descubra primeiro o que exatamente você quer da vida. Eu descobri, já há algum tempo, e cada vez mais me convenço que sei o que quero. Só me falta achar um caminho pra isso.

Pra terminar, lá vem meu poeminha, hahaha. Não desisto! Porém ele vai editado, porque é meio comprido. Fala, "tio" Carlos Drummond de Andrade:

"Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche** na vida.

(...)

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo,
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo."

** gauche é uma palavra francesa - pronuncia-se “goxe” - que significa esquerdo, mas também serve para designar o desajeitado, estranho, acanhado, deslocado. Combina com o post...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dance with Somebody**

Olá! Como estão vocês?

Então, como eu disse no meu primeiro post, eu tenho feito descobertas sobre mim, sobre os outros, sobre vários assuntos. E vejo que algumas pessoas ainda se surpreendem muito comigo, apesar de me conhecerem até bem. Acho isso positivo, significa que há sempre o que se descobrir sobre os outros, sobre si mesma.

Esse "nariz de cera" (para quem não sabe, significa texto introdutório, geralmente desnecessário, hehe) me serviu para entrar num assunto simples, na verdade: meu gosto por dançar. Eu sempre dancei, desde pequena, quando subia nos pés do meu pai pra dançar com ele, ou ele me carregava no colo (ele é meio alto, e eu nunca fui alta). Ainda pequena, aprendi a sambar sozinha, depois aprendi quase todas as outras danças também sozinha, de observar os outros.

Dançar é uma das poucas coisas que me fazem sentir totalmente livre. Quando você dança, pode fazer o que quiser, pode pular, pode desafiar a gravidade, esquecer por um momento o que acontece em volta, apenas ouvir e sentir a vibração da música e acompanhar com seu corpo. É um instante em que você não pensa, não mede, não teme, se entrega.

Eu costumo ser muito tímida, não gosto nada de chamar a atenção, acho que todos que me conhecem sabem disso. E até disso a dança me liberta: quando estou dançando, me transformo em outra Amanda. Eu tomo coragem, fecho os olhos ou não olho pra ninguém e danço (sim, porque se eu percebo que estão olhando pra mim eu desconcentro...).

Eu realmente aconselho vocês a dançarem, muito. E não tem essa de dançar errado, de "eu não sei, sou desajeitado". Não existe dançar errado!! Acreditem em mim. Como a maioria das atividades que nos libertam, dançar se aprende dançando. Você não precisa seguir passos marcados, precisa sentir a música, percebê-la entrando pelos seus ouvidos, passeando pela sua pele, lhe tomando de assalto.

Dance qualquer ritmo, se entregue à música. E aproveite esse momento até suas últimas forças, até seu pés e suas costas não suportarem mais. Como diria a música de uma banda amiga, vá de "corpo, alma e rima".

E só para provar que eu sou mesmo chata, um versinho bem curto do "tio" Carlos Drummond de Andrade.:

Poesia

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

** o título é o nome de uma música de um grupo chamado Mando Diao. Conheço quase nada deles, só essa música, mas escutem inteira, é legal - http://www.youtube.com/watch?v=8nh931yRQIM