Alguma coisa mudou no meu mundo esta semana.
Essa semana não foi (e não está sendo ainda) fácil, não. Passei (ainda passo) por uma crise de confiança. Em mim e nos outros. Não estou legal, não vou mentir, e sim, este post vai ser meio depressivo. Pois é, gente, voltei à velha carga!
Por alguns motivos me senti lançada em 2000, 2001, quando eu era sozinha no meio de um monte de gente. Quando eu não conseguia falar do que eu sentia de verdade pra ninguém, e chorava sozinha no banheiro, em silêncio. Assim, ninguém saberia a verdade sobre mim, nunca. Eu me lembro perfeitamente dessa época, e de como era ruim. Tinha, como tenho até hoje, ótimos amigos (uma me acompanha desde antes disso e até hoje) e não era por mal, eu só não conseguia falar.
Depois de entrar no teatro, muito disso mudou. Mexendo com sentimentos, como a gente mexe em atuação, o jeito de encará-los na vida real muda também. Então, consegui falar de coisas que nunca falaria. Aliás, se não fosse isso, não escreveria aqui, de jeito nenhum. O teatro mudou minha vida, também.
Mas Alguma coisa mudou no meu mundo esta semana. Me senti sozinha num momento em que não podia. Me senti, não - ainda me sinto. Tão sozinha que não consigo falar mais claramente sobre isso. A crise de confiança começou em mim, nas minhas escolhas, no que tem sido minha vida. Não desgosto do meu trabalho, mas não é o que eu sonho em fazer, não é o que eu gostaria de fazer, não é o que eu amo, não é o que me move.
Entrei e saí da faculdade de jornalismo querendo apenas uma coisa: escrever. Quero escrever, escrever, escrever! E não faço isso, e não estou nem perto de fazer, e me vejo cada vez mais longe, e isso me desespera de uma maneira que só eu sei. Não consigo, por mais que eu queira, mostrar o quanto isso dói.
Voltei a me transparentar em lágrimas por causa disso. Mais - gritei de dor, chorei até o maxilar doer, até não ter mais lágrimas. E não tive onde me agarrar. Como em 2000, quando alguém foi embora, e eu não sabia o que fazer com tudo que eu sentia. Vi aquela menina de 16 anos aqui de novo.
Isso refletiu no trabalho, por outros motivos mais. Me peguei fragilizada em frente de pessoas que não tinham como entender meus motivos. Chorei como se fosse uma criança na escola, quando é repreendida pela professora. Alguém me puxou pela mão, me levou pra conversar, mas eu não pude me explicar, por mais que me explicasse. Outra pessoa se assustou e me abraçou, outra ainda se preocupou e não soube bem o que fazer, só me perguntou mais tarde o que houve. Mandei notícias para alguém ao mar. Uma pessoa me machucou como nunca. Eu perdoei, de verdade, mas ainda dói.
Tudo isso fez uma semana de dias bem difíceis, mas que passaram mais rápido do que imaginei. Mais tarde verei meu mar, e talvez tudo melhore um pouco. Ou não, não sei. Mas pelo menos vou poder descansar um pouco que seja dos problemas, apesar de não fugir deles. A dor ainda está aqui, e não vai sair até eu achar meu caminho. Ainda estou perdida, e agora não sinto chão firme sob meus pés.
Alguma coisa mudou no meu mundo esta semana.
PS: amigos, queridos, não se preocupem demais. Não vou morrer de tristeza, nem vou me matar, acho isso covardia demais. Sei que vocês gostam de mim, sei que vocês estão aqui sempre. Não é disso que estou falando. É como eu vi uma vez no filme "PS: Eu te amo" - não importa o que você faça, você estará sempre sozinho. E nisso estamos todos juntos.
Eu Vezes Eu - Titãs
Eu vezes eu,
Espalhados em mim
Eu, mínimo, múltiplo, comum
Eu menos eu
Do que resta de mim
Eu, máximo, único, nenhum
Ela, ele, vocês
Vezes eles, os outros
Eu e eu outra vez
Nervo, músculo e osso
Perda total: a revolução dos órgãos
Há 4 meses
Ok, eu chorei! Não sei bem porque, mas eu chorei!
ResponderExcluirE agora não sei mais o que dizer... Só... Te amo! Mas isso você sabe!
Beijinhos.
Eu apenas SEI o que você está dizendo, mas não ouso falar que comigo é pior pois cada um sabe o peso da própria cruz.
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