quinta-feira, 15 de julho de 2010

São Paulo - cidade - confusão - solidão - multidão - acalento

Um post de uma amiga do trabalho me fez pensar esta semana. O post é esse aqui http://emduascidades.blogspot.com/2010/07/antes-do-tempo.html (desculpa se estou invadindo teu blog, Lilian). E olha que eu já tava pensando... enfim, pensei no tempo que estou aqui, no tempo que tenho passado longe de casa.

Não sou a única a se sentir assim. Nem vou citar nomes, mas acho que quase todo mundo que está assim, meio dividido entre dois lugares, pensa se vale a pena. Ainda acho que vale, vale muito a pena. Tenho planos, quero realizá-los. Se um dia não achar que não vale mais, volto.

Hoje, depois do trabalho, não tava afim de ir direto pra casa, e nem de cozinhar pra mim. Então, fui comer sozinha no Center 3. Depois de pegar meu gnochi na Spoleto (adoro Spoleto!), sentei pra comer. E olhando ao redor, vi algumas pessoas também comendo sozinhas. Claro que a maioria dos sentados na praça de alimentação estava acompanhado, mas tinha bastante gente comendo sozinho.

Achei curioso, e lá fui pensar de novo. Engraçado, numa cidade tão grande, com tanta gente, a solidão está sempre ali ao lado. Essa é companhia certa.

A cidade é grande, é estranha, não é exatamente acolhedora. De tão cosmopolita, é meio impessoal. Você não se vê refletido em seu rosto, como já disse Caetano. Mas nem por isso vou chamar tudo aqui de mau gosto - aqui conheci pessoas, aqui trabalho, aqui me divirto. Aqui estão parte dos meus caros (infelizmente não todos).

Sei bem como me sinto às vezes, quando subo a serra sem ter vontade, quando acordo pensando que vou ter que enfrentar o trânsito, quando não basta só falar com o Bruno por telefone, quando penso que não converso mais com meus irmãos, meu pai e minha mãe como antes. Dói, uma dor quase física. Mas isso também é crescer. Só não vou deixar tudo de lado, esquecer minha Santos, meu mar. Isso Nunca!

São Paulo - a tomo em goles, a sinto descer pela garganta, e o gosto que fica no final nem sempre é bom. Mas os remédios nem sempre tem gosto de morango como polaramine, hahahaha (desculpa, não resisti a piada ruim).

Música do dia - Canto do trabalhador, Casuarina - Sambão!



Canto do Trabalhador
Casuarina

Vamos trabalhar sem fazer alarde
Pra pisar com força o chão da cidade
A vida não tem segredo
Quem sentado espera a morte é covarde
Mas quem faz a sorte é que é de verdade
É só acordar mais cedo

É só regar, pra alimentar o arvoredo
Por essa luta eu não retrocedo
Pra ver toda a mocidade
Com os frutos da liberdade
Escorrendo de entre os dedos
Que é pra enterrar de uma vez seus medos

Vamos trabalhar sem fazer alarde...

Se não mudar, o barco bate no rochedo
E vai pro fundo como um brinquedo
É bom cantar a verdade
Pro povo de uma cidade
E deixar de arremedo
E aí vai virar mais um samba-enredo

Vamos trabalhar sem fazer alarde...

2 comentários:

  1. Sei que estou ausente de blogs. Li o que a Lilian postou e aquilo mexeu comigo, sério. E o que vc escreveu tb! O que eu acho de tudo isso? Bom, eu vou continuar descendo TODO final de semana e uma vez na semana. Dou valor aos mínimos detalhes e não abrirei mão nunca de estar com meus pais e meu irmão na minha Cidade. Amo Santos, amo o mar! Mas, há coisas na vida que temos que saber separar para poder realizar outras coisas. Não me arrependo de nada do que eu fiz, faria de nvoo, mas faria com alguma coisa a mais. Belo post

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  2. Olha só, ainda não tinha visto esse post, mas que bacana! achei ótima a parte das pessoas comendo sozinhas. e é bem isso mesmo, né?! Eu tenho meus momentos de DR com essa cidade, mas a amo! heheh


    Beijo!

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