segunda-feira, 21 de junho de 2010

Eia

Quero falar, mas não quero falar. Então, vou falar não falando.

Às vezes não tenho noção do que faço, do que falo. Às vezes magoo a mim mesma, me irrito e a outros. Às vezes quero fugir, ficar sozinha, e não sei como fazer isso.

Neste momento, queria estar sozinha, em algum canto fechado, um museu, uma livraria, um lugar com música, nem que fosse no meu celular. Um lugar em que estivesse sozinha e anônima.

E queria andar, andar, andar até meus pés doerem, minhas costas me matarem. E depois chegar em casa, cansada e aliviada, tomar um banho e dormir.

Se pudesse, teria subido a serra a pé.

Alberto Caeiro

“Todos os dias agora acordo com alegria e pena.
Antigamente acordava sem sensação nenhuma; acordava.
Tenho alegria e pena porque perco o que sonho
E posso estar na realidade onde está o que sonho.
Não sei o que hei de fazer das minhas sensações.
Não sei o que hei de ser comigo sozinho.
Quero que ela me diga qualquer cousa para eu acordar de novo.”

Um comentário:

  1. Ah, saco, me dá um aperto no coração quando vc escreve assim... Saco, nem posso correr aí pra te dar um abraço, mesmo sem saber o que se passa.
    Ah não, esquece, vc quer ficar sozinha. Deixa pra lá, não vou mais não. Foi mal interromper, fui!

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