Me peguei várias vezes pensando na minha época de teatro essa semana. Faz tempo já, mais de 4 anos... saí no segundo ano da faculdade, por pura falta de tempo. Não, não sou boa atriz, estou beeem longe disso. Mas, ah, como eu gostava do teatro!! De participar, em cena ou nos bastidores, de ver peças e cenas dos outros, de falar mal do grupos que a gente não gostava. Era tudo muito participativo, gostoso, simples, não havia maldade de verdade. Éramos uma família teatral, as "3 Faces da Lua".
O fundador do grupo, Daniel Maia, e o diretor/cenógrafo/figurinista/escritor/sonoplasta/ maquiador e o que mais aparecesse Waldir Correia. Como aprendi com esses dois! Aprendi coisas que levei pra minha vida, mesmo. Porque eu costumo dizer que o teatro me tornou uma pessoa melhor; hoje em dia não sei mentir direito por causa dele. Você deve ter pensado: "mas não seria exatamente o contrário?". Não, acredite. O teatro me fez uma pessoa mais transparente, mais carinhosa com os outros, menos presa a conceitos puramente moralistas, e não morais, o que é bem diferente.
Lembro dos amigos extremamente especiais pra mim, aliás, não só pra mim. Thaís, Rodrigo, Iasmin, Hellen, Thiago Basile... esses eram os mais próximos, mas não esqueci dos outros, só não vou citar. Minha família teatral, junto do Dani e do Tio. Como tenho saudades daquelas tardes de sábado no Aristóteles!!! Meus olhos enchem d'água de verdade lembrando disso... de como a gente aprontava, das encenações no meio da rua, dos lanches no shopping, de esperar o ônibus pra Praia Grande e/ou São Vicente, da promessa que eu e o primo fizemos de nos casar aos 40 anos, se os dois ainda estivessem solteiros, e de como meu nome ia ficar: amanda andrade idem, ou andrade², ou novamente andrade... hahahahahahahahaha.
Foram muitas cenas, peças, dramas e comédias. Muitas tardes à base de pão, presunto, queijo e refrigerante comprados em conjunto. Muitas festas, videokês, premiações. Sobretudo pro Waldir, que levava todos os prêmios possíveis e imagináveis... aliás, ainda leva!
Eu sei, esse post só vai fazer sentido mesmo pra quem esteve comigo nessa época, que viveu comigo isso tudo... ou pra quem eu já contei parte das histórias. Peço licença, mas queria muito falar sobre esse tempo. Porque ele é parte intríseca de mim. O teatro moldou muito do que sou hoje. E, esses dias, lembrando de tudo, vi que era uma época sem maldade. Nós tirávamos sarro dos kabukenses, dos furiosos, da "arcadia dentálica"... mas esse era o máximo de maldade que existia. Eu podia dizer que amava, e ninguém ia achar estranho se eu dissesse isso para um menino ou menina. Porque todo mundo ali se entendia. Éramos mesmo uma família.
Hoje a situação mudou, por circunstâncias da vida, tudo bem. Mas vocês todos sempre vão ter um lugarzinho aqui, comigo. Onde eu vou carrego vocês.
Taíca, Primo, Mina, Lena, Basilis, Dani, Tio... continuo amando todos vocês.
Não que eu queira dizer adeus, mas aí vai uma música pra vocês: Móveis Coloniais de Acaju, Adeus
Quando eu vivo esse encontro,
Eu digo adeus
Refaço os meus planos
Pra rimar com os seus
Abandono o que é pronto
E digo adeus
Eu trago os meus sonhos
Pra somar aos seus
E toda vez que vier
Felicidade vai trazer
A cada vez que quiser
Basta a gente querer
Ser desta vez a melhor
E toda vez que vier
Felicidade a mais
A cada vez que quiser
Basta a gente dizer
Só uma vez
Uma só voz
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Há 4 meses