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terça-feira, 17 de julho de 2012

"Deus da Carnificina" ou "Chupa, Avatar"

A hipocrisia salva? Ou o cinismo é melhor? Ou estamos tão acostumados a ser hipócritas e cínicos que não sabemos mais quando somos sinceros e quando não somos?

Deus da Carnificina não responde nenhuma dessas perguntas, mas de certa forma as instiga. Dois casais, pais e mães de dois meninos colegas de escola envolvidos em uma briga, passam algumas horas em uma casa, e passam por todos os estágios de conversação humana, dos mais "corretos" e bonitinhos aos mais sinceros e não tão bonitinhos assim. O roteiro é inspirado numa peça de teatro, e adaptado pelo diretor, Roman Polanski, e pela autora da peça, Yasmina Reza.

Não vou falar muito da história, pra não estragar as surpresas. Digo apenas que o filme é um ótimo exemplo de como efeitos especiais não fazem falta, desde que tenhamos bons atores em cena. Apenas 4 pessoas participam das ações, na maior parte do tempo dentro de uma sala. O longa se fundamenta nos diálogos e na força dos atores - Christoph Waltz, Kate Winslet (pais do garoto que agrediu) , John C. Reilly e Jodie Foster (pais do garoto que quebrou dois dentes). Todos estão muito bem, mesmo. Não consigo pensar em algo pra falar mal da atuação de nenhum deles. E meu preferido, Christoph Waltz, enfim... nem tenho o que falar, ele é genial sempre. Ponto também para Polanski.

Os conflitos acontecem pela diferença entre as pessoas na sala - e pelas semelhanças, mesmo que momentâneas. Há momentos de ataque e cumplicidade entre todos eles. E os telefones são um 5º personagem, importantíssimo por sinal: Allan, (Waltz) não para de falar no celular; Michael (Reilly) recebe diversas ligações da mãe. Os telefonemas ajudam a contar o tempo, e sempre interrompem momentos importantes, e irritam primeiro Nancy (Winslet), depois Penelope (Foster) e por fim todos os espectadores. Sério. Me deu vontade de pular na tela e desligar aquele maldito celular.


Poderia dizer que é um filme pra rir e pensar. E ele é - mas não só sobre a vida. Ele nos deixou rindo e pensando sobre cinema. Fazia bastante tempo que eu não saí de uma sessão e conversava por tantos minutos sobre o filme, e a maneira como ele foi feito. É por filmes como esse que eu acredito no cinema, e principalmente que 3D não é tudo. Não há efeito especial no mundo que substitua a sensação de ver aquelas 4 pessoas em cena. Até os exageros são na medida, fazem sentido com o perfil dos personagens. Bem, eu gostei demais. Cínico, verdadeiro e sarcástico. Meu tipo de filme =).

PS: E não, não vou colocar o trailer, ele dá informações demais. Vão assistir "no escuro", será bem mais divertido.