Então, sábado foi um dia tão ruim que eu preciso colocar pra fora. E também devo desculpas e algum tipo de explicação pra algumas pessoas. Por isso, escrevo, que assim é mais fácil.
Eu briguei com uma das pessoas mais próximas de mim nos últimos tempos. E briguei porque perdi parte do controle que tento manter o tempo todo. Porque eu sei do que sou capaz se perder totalmente o controle, e não quero. Se não fosse um amigo me chamar pra terra novamente, eu não sei... (thanks, Poru)
Tudo começou com uma abordagem ruim para algo que o Holz (eu também) vê como problema. Não vou comentar o que é explicitamente porque não quero expor ninguém. O fato que precisa ser explicado é que o Holz não teve todo o tato do mundo ao comentar um assunto com a Nina, e ela não reagiu bem, e os dois discutiram na sexta. Mas ia ficar só nisso, e eu não ia me meter. Nem se deem ao trabalho de perguntar - não vou expor ninguém mais do que já tô expondo. Ok?
A discussão deixou o Holz mexido, triste. E no sábado ele ainda tava assim. Então, quando tava todo mundo no restaurante chinês fazendo piada e barulho enquanto ele tentava falar, ele somatizou. Acontece. Pra não fazer nada, ele preferiu sair dali. Eu de novo não queria me meter. Mas é a partir daí que eu me envolvo.
Quem me conhece há mais de alguns meses sabe que eu entro em briga pelos outros. Eu defendo meus amigos com unhas e dentes. E não suporto o que eu vejo como injustiça. E primeiro eu tento explicar, mostrar os erros. Mas quando alguém ainda por cima me acusa de coisas que eu NÃO fiz, eu perco o controle - no caso, fui acusada de ter defendido um abusador e ter sido complacente com outra situação de abuso.
Uma discussão pessoal virou recriminação à minha militância feminista e eu fui taxada de feminista liberal que defende o namoradinho mascu.
Olha, eu posso ter errado muito na vida, posso ter falado coisas erradas, sobretudo há três anos (época da acusação de ser complacente). Eu era outra pessoa, e errava. Eu sou o que sou hoje e erro. Eu erro. Eu falho. Mas não de má-fé. Não de propósito.
Naquele momento, um amigo nos chama de volta a razão, manda aquietar-nos. Só que pra mim já era tarde, eu já estava no turbilhão. Me sentei, mas minhas mãos já estavam descontroladas, tremendo como se eu estivesse com Parkinson - isso sempre acontece quando eu estou muito nervosa, e é impossível controlar. Eu vi que ia chorar, alguns amigos também. E eu não aceitei ajuda de ninguém, porque ia parecer que eu estava posando de coitadinha. Eu não estava.
Essa pessoa... eu a chamava de irmã. Eu ainda me preocupo, mas não consigo mais olhar nem pra fotos. Eu a tirei da minha timeline, e espero que nenhum de vocês que está lendo isso mostre esse texto pra ela. Porque não é mais da conta dela. Os que (ainda) não brigaram com ela só façam um favor: tentem cuidar dela. Ela vai precisar.
Tem ainda um último ataque dela ao meu espírito, que provavelmente não teve o efeito esperado, mas que me abalou. Aliás, tudo naquele sábado me abalou. E como esse é meu blog, eu falo de mim, então vou falar. Fiquei o sábado inteiro sem comer nada, nem sentir fome. Não conseguia chorar depois que saí do restaurante. Fui pra Santos e tive crises de angústia durante o dia. Crises nas quais minha respiração ficava desordenada e meu estômago e coração apertavam como se alguém estivesse comprimindo os dois. Emagreci um quilo, mais ou menos. Dormi um dos piores sonos, sem sonhos, pesado e ao mesmo tempo leve, com qualquer coisa me acordando. Fiquei repassando situações e pessoas na minha cabeça. Desabafei com um amigo pessoalmente, com outros pela internet. Liguei e recebi diversas ligações do Holz, troquei mensagens, fiz DR (eu odeio DR). Subi no domingo, conversamos sobre o ataque pessoal ao meu espírito, acho que estamos bem. Mas ainda estou esquisita.
E tive que me segurar pra não desestabilizar os outros. Tive medo de ficar sozinha. Tive medo de abandono. Tudo que sentia na minha fase mais depressiva apareceu, e eu lutei (luto ainda) contra, porque não posso sucumbir. Não vou sucumbir.
Estou melhor. Não estou completa, no entanto. Parte de mim está de novo esperando pela próxima tempestade, alerta.
Não digam que eu não mereço nada disso. Eu mereço e não mereço, ao mesmo tempo. As coisas acontecem por um motivo - sim, eu acredito em destino e karma. Eu preciso passar por algumas coisas na vida.
E, querem saber? Nada se compara à dor de terminar meu namoro de 8 anos. Nada foi mais difícil que aquilo. Por mais doloroso e ruim que tenha sido meu fim de semana, aquele foi infinitamente pior. Além disso, depois de passar uns bons dois anos quase depressiva, na beira do abismo, eu aprendi a lidar um pouco com essas situações.
Ontem eu consegui chorar de novo. Depois de um dia de lágrimas que vinham e não desciam, voltavam, ficavam presas. Foi um alívio.
Por fim, agradeço muito a quem se preocupou comigo, e desculpem pela cena no restaurante. Foi uma falta de consideração tremenda, e eu morro de vergonha. Peço desculpas, de verdade.
Beijos, pessoas.
Perda total: a revolução dos órgãos
Há 4 meses
Espero que as coisas estejam melhores. <3
ResponderExcluirBeijos pra vc e holz.